O impacto do novo coronavírus na arquitectura, na vida cotidiana e na interação humana tem sido mais abrangente e devastador do que poderia imaginar quando o primeiro caso foi relato em Wuhan, China, em dezembro de 2019.

Para controlar a disseminação de COVID-19, empresas em todo o mundo tiveram de adaptar-se ao teletrabalho, eventos internacionais, regionais e locais importantes foram adiados ou cancelados, e faculdades, universidades e escolas estão a fazer aulas on-line pelas próximas semanas ou pelo restante ano académico.

Em simultâneo as imagens de satélite que correram o mundo mostram a redução de gases poluentes sobre a China , Itália, cardumes de peixes regressaram aos canais de águas agora límpidas de Veneza. A travagem a fundo da actividade económica, das viagens aéreas e da vida em geral de milhões de pessoas afectadas pela pandemia do novo coronavírus em vários países do mundo trouxe uma momentânea redução da poluição.

O confinamento das famílias na suas casas que rapidamente tiveram que as adaptar no seu espaço de trabalho, escola, ginásio… provocará indubitavelmente uma mudança na estruturação do espaços habitacionais.

A MJARC Arquitectos os teve como primeiro impacto cancelamento de viagens para acompanhamento de projectos internacionais, eventos cancelados e cancelamento de reuniões presenciais. Numa segunda-fase e quase que em simultâneo a adaptação de estrutura organizacional para teletrabalho.

A quarentena provocou inevitavelmente um abrandamento na procura pois a prioridade de todos nós passou a ser a Saúde ficando para segundo ou terceiro plano projectos a desenvolver.

Cientes da importância do trabalho do arquitecto, em projectar edifícios sustentáveis, MJARC reforça agora o trabalho que vinha a desenvolver , testando novos materiais e soluções que nos permitam minimizar o impacto ambiental e aumentar a sustentabilidade energética dos nossos projectos.

Pós Covid na arquitectura – As principais cidades – Porto e Lisboa

Á escala urbana desejo ver implementadas mais medidas para a sustentabilidade das nossas cidades, aumento dos pequenos espaços verdes junto a edifícios habitacionais que funcionaram como espaços de descompressão, descentralizando a necessidade de recorrer ao grandes parques (entre outras). O teletrabalho permitirá a mobilização dos cidadãos para a periferia das grandes cidades melhorando a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade .

Quanto aos edifícios estou certa que serão pensados e estruturadas de forma a reduzir a sua “pegada” ambiental:
“É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve.” – Victor Hugo

Não tenho dúvidas que estamos perante um período que ficará na história da humanidade e da arquitectura e espero que represente um marco na viragem rumo a sustentabilidade ambiental.

Maria João Andrade
Arquiteta