Arquitetura Paisagista – Perspectiva MJARC Arquitectos

A Arquitetura Paisagística utiliza os conhecimentos culturais, artísticos, técnicos e científicos para desenhar espaços abertos, com frequência integrados no tecido urbano. Neste caso, o objetivo passa por aproximar a cidade da natureza. Um compromisso em preservar uma melhor envolvente para o Homem o utilizar o disfrutar, os arquitetos paisagistas assumem a responsabilidade de criar lugares. Estes profissionais esforçam-se por combinar terra e criações artificiais, em conjunto com uma impressionante criatividade. As suas intervenções podem ser muito variadas como parques, jardins, portos, pátios, espaços abertos em volta de instituições públicas, escolas, hotéis, hospitais e aeroportos. Com a massificação das cidades e a escassez de espaços livres, os arquitetos podem ver como sua área de atuação passa para zonas elevadas como jardins verticais e telhados.

Independentemente do tipo de projeto, a análise do lugar e a identificação das suas características é muito importante para o início de um processo criativo que termina com os pequenos detalhes que apontam exclusivamente a paisagem. A partir das condicionantes existentes no lugar, os arquitetos paisagistas utilizam a sua criatividade e os seus conhecimentos para materializar as suas ideias mediante um projeto que culmina com a seleção dos materiais e o desenho dos pormenores construtivos. Esta pormenorização serão a chave para o êxito do projeto, podem reforçar as ideias do desenho mediante a continuidade e as descontinuidades dos padrões, podem contribuir para melhorar o desenho geral antecipando exigências da manutenção garantido uma melhor maximização da sua conservação e sua rentabilidade.

A avaliação cuidadosa do local pode permitir potenciar o terreno – vistas, acesso ao sol, possibilidades de drenagem natural, sombreamento natural pela vegetação, arrefecimento aproveitando os ventos dominantes em simultâneo minimiza e evita os danos ou prejuízos no local e áreas circundantes.

Edible Wadden Coast – Flux landscape architecture

Checklist para a análise do local

  • Temperaturas do ar/temperaturas médias mensais diurnas e noturnas.
  • Luz natural: as obstruções no terreno, ou nas suas imediações, podem afetar a luz disponível.
  • Luz solar: declive e orientação do terreno; potencial máximo de horas de sol baseado em dados climáticos, ângulos solares baseados na latitude do local; ensombramentos.
  • Vento: a rosa-dos-ventos para a região fornecerá as direções e frequência dos ventos dominantes, mas ter em conta o grau de exposição e os efeitos locais devido a topografia.
  • Topografia: as obstruções no terreno poderão desviar o vento e fornecer abrigo, mas poderão criar sombreamento.
  • Construções: quaisquer pormenores construtivos que poderão ser reutilizados, bem como terra, pedra ou madeira locais que poderão ser aplicados na construção, nos arranjos exteriores ou como meios de proteção.
  • Vegetação: ter em conta o tipo e as condições de árvores e arbustos, das faixas de proteção, das culturas e do revestimento do solo.
  • Água: ter em conta os níveis freáticos e o presente padrão de circulação de água.
  • Tipo de solo: afetará as fundações, a drenagem e as plantações.
  • Qualidade do ar e níveis de ruido: terão impacte nas opções de ventilação.
  • Espaço para a reciclagem ou tratamento de resíduos no local.
  • Riscos: contaminação de solos ou de águas subterrâneas, fontes de radiações eletromagnéticas ou de radão.
  • Vistas: poderão merecer ser preservadas ou aproveitadas as vistas do local ou através dele.
  • Padrões de circulação, tanto de pessoas como de veículos.

Luz solar

  • Uma encosta virada a sul recebe mais radiação solar do que um terreno horizontal, o que é importante durante o Inverno, quando a altura solar é pequena.
  • As encostas com mais de 10% e com uma orientação que se situe entre o noroeste e o nordeste, não são em geral adequadas para aplicações solares passivas. Mesmo as construções de menor dimensão, tais como muros limite de propriedade, poderão causar obstrução solar.
  • Qualquer sombreamento causado por colinas, árvores ou edifícios existentes irá afetar a quantidade de luz disponível.
  • Determinar as obstruções maiores ou mais próximas, mesmo as que estão a norte do local.

Vento

  • As velocidades do vento na crista de uma elevação poderão ser 20%mais fortes que se verificam num sítio plano.
  • Durante a noite, o ar frio terá tendência a deslocar-se para baixo nas encostas mais expostas, ficando na parte de cima o ar mais quente.
  • Uma brisa leve, mesmo em dias calmos, é característica nas zonas costeiras e margens dos lagos.
  • Vales profundos ou avenidas longas e retilíneas podem canalizar e acelerar o vento,
  • Os edifícios altos podem criar turbulência, bem como velocidade do vento elevadas e localizadas.