Arquitetura Moderna

A valorização da memória arquitetónica mais recente aparece frequentemente esquecida e em particular as obras usualmente conotadas com o chamado “Movimento moderno”, e que correspondem a um abundante período produtivo que, ao longo de quase todo o século XX, foi gradualmente marcando as formas do território, ultrapassando indiferentemente os contextos mais específicos. A Arquitetura do “Movimento Moderno”, porém, ficará para sempre associada à produção que emerge no dealbar do século XX e que procura saídas por entre a estilização de brechas abertas pelas engenharias, pelos novos materiais, pelos novos programas ditados pela Revolução Industrial.

Um pouco por todo o mundo, esses sinais de explícita afirmação mostravam um tão obsessivo empenho que se esqueceram das marcas duradouras que eles próprios construíam, esquecendo-se do seu próprio significado histórico. A história da arquitetura moderna portuguesa também foi sobressaltada, com expressão mais evidente depois da grande guerra. Cheia de naturais vazios e contradições, pode dizer-se que nas décadas do pós-guerra ela se afirmava como dogma no processo criativo da transformação do espaço e do desenho da forma urbana. A arquitetura moderna fundamenta-se e deve fundamentar, categoricamente, nas sólidas conquistas da ciência, da tecnologia e da engenharia.

Passados os anos de exaltação do Estado Novo, a prioridade ao fomento das infraestruturas industriais vai-se sobrepondo, com avanços e recuos, cujo cenário permitiu a construção de tantos equipamentos, tendo oferecido trabalho a muitos arquitetos, e inevitavelmente criou expectativas em torno das linguagens da arquitetura por eles produzida.

Esses foram os anos de entusiasmo desenvolvimentista assentes na crença ingénua de que no nosso século há mais descoberta, velocidade de transformação e progresso da sabedoria.

 

Como surgiu arquitetura moderna

Depois da euforia da arquitetura moderna internacional dos anos 50 e 60, surgiram novas propostas mais individualizadas , que se afirmaram, principalmente, durante as décadas de 70 e 80. O Pós-Modernismo na arquitetura liga-se à crise da modernidade, ou seja, à crise do Funcionalismo. Os arquitetos passaram a ter um novo olhar sobre a história e sobre o sítio, retomando muitas vezes projetos esboçados pela arquitetura modernista do princípio do século XX. O panorama contemporâneo apresenta uma enorme diversidade de propostas, que parecem já ter ultrapassado mesmo a fase contestatária do Pós- Modernismo. Em alguns casos, é a tecnologia que se afirma como estética, noutras é a geometria dos planos e do espaço que se impõe.

Por vários motivos, a Arquitetura Portuguesa do século XX encontra-se muito desprotegida sendo grave quanto grande parte deste património é hoje mais sujeito às pressões da especulação imobiliária e corre o sério risco de desaparecimento ou brutal descaracterização.

 

Exemplos arquitetura moderna portuguesa

1927-1976 | Pousada de Picote | Miranda do Douro | Projeto original do Arq. Rogério Ramos

 

1945 | Palácio Atlântico | Praça D. João I, Porto | ARS Arquitetos

 

1949-1951 | Habitação José Braga | Porto | Celestino de Castro

 

1952-1957 | FIL | Lisboa | Francisco Keil do Amara

 

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