Salvar edifícios da demolição – conservação e sustentabilidade na arquitetura

A preservação de edifícios ou estruturas inacabadas exige estratégias criteriosas para evitar a sua demolição. Os métodos precipitados para dar fim ao ciclo de vida de um edifício acarretam efeitos negativos no ambiente, danificam os recursos utilizados e comprometem a oportunidade de reciclagem. Neste artigo, exploramos alguns exemplos que ressaltam o potencial das estruturas existentes.

“O edifício mais verde é aquele que já existe” – Carl Elefante

A indústria da construção é responsável por uma parte substancial das emissões anuais de dióxido de carbono (CO2). Surpreendentemente, metade dessas emissões está associada ao ciclo de vida dos edifícios, desde a fase de construção até à sua posterior demolição. Neste contexto, torna-se importante repensar as nossas práticas no que concerne à demolição de edifícios. A preservação de edifícios ou estruturas exige uma avaliação cuidada envolvendo por vezes uma equipa multidisciplinar.

 

Riverside – Santa Comba Dão, Portugal

No Projeto Riverside, a equipa da MJARC efetuou uma avaliação minuciosa, aproveitando a estrutura existente, dando-lhe um novo desenho que garante a integração de energias renováveis assim como dos isolamentos necessários para garantir a eficiência energética do edifício.

A reabilitação deste edifício tem como objetivo preservar o edifício existente em vez de simplesmente o demolir e recomeçar. O objetivo a alcançar é manter mais de 90% da estrutura original (vigas, colunas e lajes) e 75% do núcleo original, resultando numa economia de carbono incorporada.

 

Projeto Riverside – Santa Comba Dão

 

Quaty Quarter Tower (QQT) – Sydney, Austrália

Um exemplo internacional de renovação de edifícios é a Quay Quarter Tower (QQT), com uma área de 89.000 m², encontra-se estrategicamente situada junto ao movimentado Circular Quay em Sydney. Esta torre representa uma notável renovação do antigo Centro AMP, que foi originalmente construído em 1976 e estava a chegar ao fim da sua vida útil. A equipa projetista abraçou o desafio de  reutilizar o máximo do edifício existente e estabelecer um novo desenho ao edifício garantindo a  sua reutilização adaptativa.

Fonte: Archdaily

A abordagem adotada resultou na preservação de 65% da estrutura original, incluindo vigas, colunas e lajes, e 95% do núcleo original. Isso traduz-se numa impressionante economia de carbono incorporada de 7,3 milhões de quilogramas, (o equivalente a eliminar a 35.000 voos entre Sydney e Melbourne).

 

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